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Ministrada pela historiadora e pesquisadora do Observatório da Saúde da População Negra do NESP, a disciplina contemplará temas como racismo institucional, intelectualidade negra, ações políticas, entre outros

Por Tamires Marinho

Constituída pelas(os) pesquisadoras(es) do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília (NEAB/CEAM/UnB), a disciplina Cultura, Poder e Relações Raciais surge a partir da demanda de estudantes em aprofundar os estudos das relações raciais no Brasil e ter acesso ao conhecimento produzido por intelectuais negras(os) que não estão contemplados nas ementas das disciplinas.

A ementa do curso prevê a realização de estudos acerca das dimensões ideológicas do racismo no âmbito da cultura e dos espaços de poder, além de promover uma abordagem crítica que busca a compreensão do racismo enquanto fenômeno estrutural que também dá forma e conteúdo à sociedade brasileira.

Para a historiadora Marjorie Chaves, pesquisadora do Observatório da Saúde da População Negra, vinculado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade de Brasília (NESP/CEAM/UnB), responsável por ministrar a disciplina, a existência desse espaço é fundamental para promover a prática pedagógica crítica como um mecanismo de transformação social. “Em toda a minha vida acadêmica, tive pouquíssimas(os) professoras(es) negras(os), o que já é uma questão a ser pensada de forma crítica, uma vez que nós negras(os) não nos vemos representadas(os) nos espaços universitários. Além disso, a compreensão sobre as desigualdades produzidas pelo racismo no contexto da Diáspora Negra não tem sido contemplada como tema relevante na universidade”.

De acordo com Marjorie, a proposta da disciplina é discutir a produção científica sobre a questão racial e sua interseccionalidade com outras estruturas de poder como gênero e classe social. A pesquisadora revela como o programa da disciplina foi estruturado e destaca a importância de contemplar apenas autoras(es) negras(os) nesse processo.  “Há uma enorme invisibilidade sobre o que é produzido por pesquisadoras(es) negras(os), o que demonstra a seletividade do pensamento que se quer reproduzir. O silêncio sobre raça e racismo precisa ser desafiado a partir da descolonização dos currículos. Nesse sentido, o programa conta exclusivamente com intelectuais/pensadoras(es) negras(os) como Lélia González, Assata Shakur, Clóvis Moura, Abdias do Nascimento, Nilma Lino Gomes, bell hooks, Patricia Hill Collins, entre outras/os.

A disciplina, que contempla 4 créditos, é ofertada na modalidade optativa e está organizada em 7 unidades: Unidade I – Diáspora Negra: fluxos atlânticos e memória histórica; Unidade II – Resistência e protesto negro como perspectiva contracultural; Unidade III – Racismo institucional e violência de Estado; Unidade IV – Intelectualidade negra: produção do conhecimento científico; Unidade V – Corpos negros: racismo, sexualidade e representações; Unidade VI – Ações políticas de mulheres negras na contemporaneidade; Unidade VII – Questões introdutórias do pensamento feminista negro.

Não há nenhum pré-requisito para cursar a disciplina e todos os estudantes da UnB, independentemente do curso que estejam matriculados, podem solicitar sua inscrição. A disciplina também é aberta para ouvintes, desde que estas(es) se comprometeram a realizar as atividades propostas. Há a perspectiva de ofertá-la para a comunidade externa por meio da extensão, mas ainda é um projeto sem data prevista.

As aulas serão realizadas as terças-feiras, das 19h às 22h40, no Pavilhão Anísio Teixeira, Campus Darcy Ribeiro. Os interessados em cursarem a disciplina devem realizar a inscrição pelo Matrícula Web.

 

 
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