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OBSAM discute suicídio em seminário internacional sobre saúde mental da comunidade acadêmica

O evento aconteceu na Faculdade de Ciências da Saúde (FS/UnB) e teve como objetivo promover uma discussão sobre os estressores psicossociais vivenciados pela comunidade acadêmica, com vistas à promoção da saúde mental e da prevenção do suicídio no espaço universitário. 

Por Waléria Fortes

O Observatório de Saúde Mental do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade de Brasília (OBSAM/NESP/UnB) realizou, no dia 1º de dezembro, o seminário internacional “Saúde Mental da Comunidade Acadêmica – Precisamos Falar sobre Suicídio”. O evento aconteceu na Faculdade de Saúde (FS/UnB) e teve como objetivo promover uma discussão sobre os estressores psicossociais vivenciados pela comunidade acadêmica, com vistas à promoção da saúde mental e da prevenção do suicídio no espaço universitário. O seminário debateu, ainda, formas de favorecer espaços de fala e escuta sobre problemas de saúde mental que afetam a comunidade acadêmica, e apresentou experiências de promoção da qualidade de vida dessa comunidade em Instituições de Ensino Superior. Participaram da atividade técnicos administrativos, professores e estudantes de graduação e pós-graduação, além de colaboradores da UnB.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a cada ano milhares de pessoas acabam com a própria vida. No Brasil, são cerca de 12 mil ocorrências por ano. No Distrito Federal, o número de casos também preocupa. Em 2016, foram 191 casos no DF e, apenas nos primeiros 19 dias do mês de abril deste ano, 13 pessoas cometeram suicídio na capital federal. Apesar do grande número de casos, o assunto continua sendo tratado como tabu pela sociedade e pelo Estado. No entanto, negligenciar o tema não é a melhor forma de tratar do suicídio. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais problemas identificados pelos médicos em um potencial suicida, problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos.

Diante dessa situação, o OBSAM, junto à FS, debateu durante o seminário ações estratégicas que melhorem a qualidade de vida e a disposição psicológica no espaço universitário, em todas as esferas. Segundo Maria da Glória Lima, coordenadora do OBSAM, é preciso perceber o sofrimento mental. "Queremos identificar esse sofrimento, seja informalmente ou por dados obtidos a partir de algumas unidades, chegando a informações sobre angústia e depressão, alcançando tentativas e atos de suicídio”, declara.

 De acordo com Maria Fátima de Sousa, diretora da FS, o assunto não poderia deixar de ser discutido. “Não poderíamos refutar de trazer a esta casa o tema em questão. É aqui que temos que cuidar dos nossos alunos e, em especial, dos que foram deixados à beira do caminho, alunos de pouca aquisição econômica, negros, índios”, afirma.

O suicídio nas Américas, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), atinge 65 mil pessoas a cada ano, e é aproximadamente quatro vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Além disso, 36% dos suicídios ocorrem entre 25-44 anos, e 25,6%, entre 45-50 anos. O método mais utilizado nessas regiões é a asfixia, seguido por arma de fogo e envenenamento – esses três métodos representam 90% do total.

É importante ressaltar que o suicídio é um gesto endereçado e faz parte de um processo patológico mais amplo. O lugar onde ele acontece guarda algumas de suas razões e, quando ele ocorre no meio do trabalho, serve como indício de que o trabalho tem responsabilidade nesse gesto. Sendo assim, o suicídio passa a ser conhecido como nova patologia ligada ao trabalho.

Durante o encontro, foram tratadas ainda estratégias de ações preventivas. Algumas pesquisas sobre a eficácia dessas ações mostram que algo já pode ser feito. A OMS recomenda estratégias múltiplas de prevenção, investimento em promoção de saúde mental (desenvolvimento de habilidades sócio-emocionais), investimento em estratégias de controle de acesso a meios, melhorias na identificação precoce de risco, aumento do acesso ao tratamento de saúde mental, combate à discriminação, trabalho de processos de inclusão, de senso de comunidade e pertencimento, e criação de dispositivos para oferta de suporte acessível (helpness).

 
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