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Observatório da Saúde LGBT encerra primeira edição de curso de extensão na FCE

A capacitação contou com a participação de 33 estudantes de diferentes cursos da Universidade de Brasília, além de lideranças sociais que atuam em prol das pautas LGBT

 


Por Tamires Marinho
 

Promovido pelo Observatório da Política Nacional de Saúde Integral LGBT, vinculado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília (NESP/CEAM/UnB), em parceria com a Faculdade de Ceilândia (FCE) e com a Diretoria de Diversidade da Universidade de Brasília (DIV/UnB), chega ao fim nesta sexta-feira, 15, a primeira edição do curso de extensão “Formação de Multiplicadores para Implementação da Política Nacional de Saúde Integral LGBT”.

Com o objetivo de qualificar pesquisadores/as, docentes e discentes dos cursos e programas de graduação e pós-graduação da UnB para que se tornem protagonistas nas ações de implementação da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais em seus territórios, a capacitação foi oferecida na modalidade semipresencial e contou com a participação de 33 estudantes de diferentes cursos da Universidade de Brasília, além de lideranças sociais que atuam em prol das pautas LGBT.

Para Letícia Lima, pesquisadora do Observatório da Saúde LGBT e tutora do curso, a capacitação é uma importante ferramenta para que os estudantes tenham a oportunidade de discutir e se aproximar das questões que perpassam a saúde da população LGBT, sobretudo seus direitos. “Acredito que o curso proporcionou aos estudantes conhecimento sobre a população LGBT e suas necessidades de saúde, além de trazer para a vida deles o questionamento de como é o atendimento nos serviços de saúde e de como ele pode influenciar diretamente na vida dessas pessoas.” Já para o futuro, a pesquisadora prevê uma atuação mais consciente e integral por parte desses estudantes. “Como profissionais de saúde, entendo que a partir de agora a humanização do cuidado será maior, pois o curso traz isso, uma preocupação com a vida de quem está ali na sua frente, não importa quem seja.”

O curso contou com a coordenação de Edu Turte Cavadinha e Eliane Brito, ambos integrantes do Observatório da Saúde LGBT.

De acordo com Eliane Brito, a capacitação ocorreu num momento extremamente oportuno, pois esta é a primeira vez em que muitos estudantes estão tendo contato com a Política Nacional de Saúde Integral da População LGBT, inclusive sobre discussões de diversidade sexual e identidade de gênero. Para a coordenadora, o foco agora é manter e ampliar a aplicação do curso em outros territórios. “Em 2018, pretendemos oferecer o curso em outros seis estados da federação, e aqui no DF a previsão é de que a segunda edição seja realizada já no início do próximo semestre, junto com a volta dos estudantes após as férias.”

Desenvolvido na plataforma Moodle, com opções de espaços de interação em tempo real entre tutores e alunos, o curso, iniciado em outubro deste ano, foi dividido em quatro módulos e contou com três encontros presenciais, todos realizados na FCE/UnB.

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Para a estudante do quinto semestre de Antropologia, Kethury Magalhães, um dos principais diferenciais do curso foi o fato de ele ser aplicado por pessoas que efetivamente atuam em defesa dos direitos da população LGBT. “O curso foi excelente em vários sentidos. Foi extremamente enriquecedora a experiência de aprender sobre uma causa tão importante diretamente com pessoas ativistas da comunidade LGBT. Acredito que faz toda a diferença ver uma causa através dos olhos de quem pertence àquele grupo de fato.”

A estudante revela que a atividade mais marcante para ela ao longo desses três meses de curso foi a palestra sobre comunicação não violenta, realizada durante o segundo encontro presencial da turma.

“Um dos pontos que mais me marcou foi o encontro presencial sobre comunicação não violenta. Não fazia ideia de que havia tantas abordagens inconvenientes e agressivas com mulheres lésbicas, imaginava que essa era uma realidade mais próxima de pessoas trans e travestis. Esse encontro, sem dúvida alguma, foi um ‘tapa na cara’.”

Kethury ressalta ainda como o curso foi importante para que ela pudesse compreender o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) e as especificidades da população LGBT. “O curso foi ótimo. Me ajudou a entender a importância do SUS e me fez olhar com mais sensibilidade para a realidade de cada segmento da sigla LGBT, levando em consideração as particularidades envolvidas.”

Paula Vecchi, residente de São Paulo e proprietária da empresa Enlace Colorido, foi a única participante que concluiu o curso fora de Brasília. Para ela, o apoio à distância da coordenação do curso foi imprescindível para seu desempenho. “As coordenadoras foram extremamente atenciosas e gentis. Aprendi muito a respeito de democracia, cidadania, nomenclaturas, educação popular e saúde LGBT.”

Paula destaca a qualidade dos materiais disponibilizados na plataforma online ao longo do curso e parabeniza a equipe pela escolha dos convidados que estiveram presentes durante os debates nos encontros presenciais. A única dificuldade encontrada pela estudante refere-se à alteração do cronograma de atividades, que a impossibilitou de participar do último encontro presencial da turma. “A única falha que eu apontaria foi a mudança de data do encerramento do curso, pois eu já tinha me programado e comprado as passagens. Minha sugestão para as próximas edições é a flexibilidade de fazer o curso 100% virtual, ou conseguir transmitir os encontros via online, mas, de modo geral, minha experiência foi positiva, pelo acúmulo de conhecimento e repertório na área de diversidade LGBT e de gênero.”

Na ocasião os estudantes apresentam os vídeos produzidos por eles como trabalho de conclusão de curso que devem ser disponibilizados posteriormente no canal do Youtube do Observatório. 

 

 
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