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Observatório do NESP desenvolve ações para promoção da saúde e garantia dos direitos da população em situação de rua

O Observatório da Política Nacional de Saúde Integral da População em Situação de Rua integra a Rede de Observatórios de Políticas de Promoção da Equidade no SUS e atua, principalmente, na articulação entre os diversos setores que formulam, executam e acompanham a implementação de políticas públicas e ações voltadas à população em situação de rua

 

 

O Observatório da Política Nacional de Saúde Integral da População em Situação de Rua integra a Rede de Observatórios de Políticas de Promoção da Equidade no SUS e atua, principalmente, na articulação entre os diversos setores que formulam, executam e acompanham a implementação de políticas públicas e ações voltadas à população em situação de rua

Por Tamires Marinho

Lançada em dezembro de 2009, a Política Nacional para a População em Situação de Rua representou um importante passo para a garantia dos direitos e a promoção da justiça social e cidadania das pessoas que vivem em situação de rua no Brasil. O Distrito Federal foi a primeira unidade da federação a aderir à política nacional, beneficiando não somente a população em situação de rua do DF, mas a sociedade como um todo.

Considerando a necessidade de articulação entre os diversos setores que atuam na formulação, execução e acompanhamento da implantação de políticas públicas e ações voltadas à população em situação de rua, o Núcleo de Estudos em Saúde Pública do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília (NESP/CEAM/UnB), em parceria com a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (SGEP/MS), por meio do Departamento de Apoio à Gestão Participativa (DAGEP), inseriu à sua Rede de Observatórios o Observatório da Política Nacional de Saúde Integral da População em Situação de Rua.

De acordo com o professor e coordenador do Observatório, Pedro de Andrade Calil Jabur, o núcleo se configura, em sua composição mais básica, como um espaço de diálogo, de encontro, no qual as instâncias que direta ou indiretamente trabalham com a população em situação de rua podem se reunir. “O Observatório não é um espaço estritamente acadêmico e também não é um espaço estritamente institucional. Nessa perspectiva, esse entre-lugar que ele ocupa é um diferencial, pois indica um espaço aberto onde todos esses segmentos que dialogam sobre a população em situação de rua podem se encontrar”, afirma.

Linhas de atuação

Numa perspectiva a curto prazo, Jabur define duas iniciativas como prioritárias no cronograma de atividades do Observatório.

A primeira delas é a avaliação de experiências já existentes no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), como a Estratégia Consultório na Rua, por exemplo, desenvolvida pelo Ministério da Saúde, que visa ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde, ofertando, de maneira mais oportuna, atenção integral à saúde para esse grupo populacional, o qual se encontra em condições de vulnerabilidade e tem seus vínculos familiares interrompidos ou fragilizados.

“O Observatório tem como um dos objetivos olhar para as consequências que as ações governamentais têm exercido sobre a população em situação de rua. Nesse sentido, nossas atividades estão focadas, primeiramente, em observar o desenvolvimento, tanto no sentido positivo quanto negativo, dos consultórios nas ruas: como eles estão funcionando, se estão, de fato, funcionando, quais as equipes que os compõem, suas condições de trabalho, etc.”, afirma o coordenador.

Além disso, Jabur acredita que o acompanhamento do trabalho desses profissionais é uma oportunidade para conhecer e dar foco às práticas exitosas que acontecem nesses consultórios, destacando as técnicas, os processos e as ferramentas utilizadas pelas equipes, a fim de apontar caminhos e experiências a serem reproduzidas em outros espaços.

Já a segunda iniciativa está associada a uma das premissas da Política Nacional para a População em Situação de Rua, que prevê a instituição de comitês gestores intersetoriais, integrados por representantes das áreas relacionadas ao atendimento da população em situação de rua, com a participação de fóruns, movimentos e entidades representativas desse segmento da população. “Os comitês precisam se reunir com a população civil, os profissionais, os técnicos e os movimentos sociais, e cabe a nós também perceber se esses comitês estão funcionando, se têm representatividade e como estão atuando”, avalia Jabur.

A invisibilidade da população em situação de rua

Uma pesquisa publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em outubro de 2016, com base em dados de 2015, revela que o Brasil tem pouco mais de 100 mil pessoas vivendo nas ruas. O estudo aponta que os grandes municípios abrigavam, naquele ano, a maior parte da população. Das 101.854 pessoas em situação de rua, 40,1% estavam em municípios com mais de 900 mil habitantes e 77,02% habitavam municípios com mais de 100 mil pessoas. Já nos municípios menores, com até 10 mil habitantes, a porcentagem era bem menor: apenas 6,63%.

De acordo com o pesquisador e especialista em políticas públicas e gestão governamental responsável pela elaboração do estudo, Marco Antonio Carvalho Natalino, o Brasil não conta com dados oficiais sobre a população em situação de rua. Essa ausência prejudica a implementação de políticas públicas voltadas a este contingente e reproduz a invisibilidade social da população em situação de rua no âmbito das políticas sociais. Para contornar essa dificuldade, a referida pesquisa apresenta uma estimativa da população em situação de rua no Brasil, utilizando-se de dados disponibilizados por 1.924 municípios via Censo do Sistema Único de Assistência Social (Censo Suas).

Confira aqui o documento na íntegra.

 
observarh2
 
 
Observatório da Saúde Indígena
 
Saúde LGBT
 
oiapss2
 
Educação, Equidade e Saúde
 
Estudos Comparados
 
Rede de Observatórios em Saúde e Equidade
 

Tempus

Tempus – Actas de Saúde Coletiva

ISSN 1982-8829

  • Use of therapeutic offices involving reading and dynamics as proposals for multiprofessional action in CAPS

    In view of the reformulation of the care model proposed by the psychiatric reform, the Psychosocial Care Centers (CAPS) were created through a multiprofessional team...

  • Editorial

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